REGISTROS, GENEALOGIAS, HISTÓRIAS E POESIAS...
a fim de preservação da memória de nossos ancestrais
MARILIA GUDOLLE C. GÖTTENS

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Conjecturas em relação à morte de Jean Gudolle

Um primo de descendência Gudolle, certa vez assim me disse:
" Há alguns anos esperando para ver o cônsul francês aqui no Brasil, meu irmão pegou uma revista do Ministério de Relações Exteriores da França, com correspondência de súditos franceses no séc. XIX. Qual não foi a surpresa dele ao ver carta de Jean Guidolle (retranscrito errado), de Itaqui para o cônsul francês em Rio Grande, se queixando de ameaças de grandes proprietários locais, pois ele pretendia comprar terras. Numa segunda carta, enfatizou ainda mais ameaças que sofria e depois cessa a correspondência..
Me parece claro que o assassino que o André menciona nominalmente no seu diário, foi provavelmente "motivado" a matar o Jean, que não era agiota coisa nenhuma, e sim um incômodo para certos estancieiros. Ter créditos e débitos privados era comum na época." (LACL).

Uma amiga pesquisadora, também certa vez comentou comigo:
" Olha, no Arquivo Histórico eu li também, documentos referentes a uma queixa registrada pelo Jean Gudolle, parece-me contra um delegado de Itaqui. Ele acusa o dito, por roubo de propriedades. Só não tenho certeza se é contra um delegado ou outra pessoa". (ZM)

Outro primo, também Gudolle, em uma ocasião assim comentou:
"A fama de "agiota" do Jean vem do grande preconceito que se tinha naquele tempo, pelos estancieiros que se sentiam "fidalgos", por não tocar em dinheiro, ou ... na massa. O Jean por isso, levava grande vantagem e por isto enriqueceu e educou bem o André (inclusive temos a cópia da carta do uruguaio que o Jean contratou para ser preceptor de seu filho na fazenda.) Levava vantagens porque não tinha concorrentes quando vendia, comprava, fabricava e dava créditos, coisas muito desprezadas naquele tempo ( e até hoje, o menor desenvolvimento relativo da metade Sul do RS, luso-brasileira) naquela fronteira. Ademais, o preconceito era forma de dar calote. O Jean era credor, o que não quer dizer que fosse agiota. O termo, com certeza, era usado pelos "fidalgos", inclusive para, repito, não pagarem suas dívidas. Quem o considera assim, está sendo herdeiro da...historiografia dos fidalgos que nada faziam, a não ser deixar solto o gado em seus imensos latifúndios verdes. O fato histórico, acima de qualquer intriga ou prevenção, é que o Jean foi importante fator de desenvolvimento daquela fronteira, quando agia como comerciante (com sua bem sortida carreta de gêneros: de óleo para bicheira a chapéus de veludo), industrial (com sua padaria) e banqueiro (com seus créditos), práticas desprezadas que só atrasaram (e ainda atrasam) boa parte do RS."(FCG)

"O fato é que pelo processo crime, não foi ouvida testemunha alguma pelo lado de Jean Gudolle. Somente isto basta para termos uma ideia, de como esse processo restou prejudicado e incontroverso."

Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C. Göttens

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