REGISTROS, GENEALOGIAS, HISTÓRIAS E POESIAS...
a fim de preservação da memória de nossos ancestrais
MARILIA GUDOLLE C. GÖTTENS

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Algumas funções e cargos públicos desempenhados por Oswaldo Aranha





Oswaldo Aranha Uma Biografia - Hilton Stanley 1994 Ed. Objetiva
Oswaldo Aranha O Rio Grande e a Revolução de 1930 - Lago, Luiz Aranha Corrêa do
1995 Ed. Nova Fronteira
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Göttens








O casamento de Oswaldo Aranha e Delminda Pereira Gudolle


De retorno à sua terra natal, Oswaldo Aranha instalou sua banca de advogado em Uruguaiana, município vizinho de Itaqui e Alegrete e próximo a Santana do Livramento, São Borja e Quaraí, locais em que frequentemente exerceu sua atividade profissional, tendo depois como sócio Alfredo Lisboa Ribeiro.
Após fixa rsidência em Uruguaiana, e casa-se em 12 de junho de 1917, na cidade de Itaqui, com Delminda Benvinda Pereira Gudolle (Vindinha), filha de André Gudolle (1852-1929), comerciante e estancieiro em Itaqui, e de Maria Benvinda Pereira (1860-1894), e neta de Jean Gudolle (1824-1869) que emigrara da França para o Brasil por volta de 1848, tornando-se comerciante e casando com Virgínia Martins (1839-1891), filha do espanhol André Sebastian Martinez e de Flaubiana de Vargas, segundo Memórias Manuscritas de André Gudolle. A mãe de Vindinha, descendia de Antonio Nunes, açoriano que chegara ao Rio Grande do Sul em 1752 e de Sebastião Nunes já nascido em Rio Pardo em 1768. Como se vê, a ascendência de Vindinha incluía vários dos elementos que contribuíram para a formação do povo gaúcho, antes do aumento da corrente migratória européia de fins do século XIX.
A primeira filha do casal Aranha, Luiza Zilda, nasceu em 1918. Depois nasceram Euclydes em 1920, Oswaldo em 1921 e Delminda em 1923.
"Foi realizado o casamento de minha presada filha Vindinha, com o jovem advogado Dr. Oswaldo Aranha, em 12/6/1917. Este é filho de nosso bom amigo Cel. Euclydes de Souza Aranha e sua Exmª Senhora Luiza Vale Aranha.
O casamento civil, foi efetuado na Intendência Municipal de Itaqui, perante grande concorrência de amigos de ambas as famílias. Na mesma noite, foi também realizada as núpcias da filha Eloá Aranha, filha dileta dos amigos anteriormente anotados. Foi com uma grande pompa." (Memórias Manuscritas de André Gudolle).










Oswaldo Aranha - O Rio Grande do Sul e a revolução de 1930 - Lago, Luiz Aranha Corrêa do
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Göttens

domingo, 15 de janeiro de 2012

Estância Alto Uruguai - Itaqui, RS e a infância de Oswaldo Aranha

Oswaldo Aranha revelara atributos e valores quando menino que ajudam a esclarecer seu comportamento político quando homem. Foi criado na Estância Alto Uruguai, município de Itaqui, RS, e passou toda sua infância na Estância em plena liberdade, como todo gaúcho, aprendendo cedo as lides campesinas.
O enorme casarão branco, rodeado de portas e janelas, erguido no alto de uma colina debruçava-se sobre os campos verdejantes, até onde alcançava o infinito dos olhos, lá onde o campo se confunde com o céu e o céu se confunde com o campo, na perene comunhão da campanha rio-grandense.
À sua frente se estendia uma alameda de casuarinas característica de grande estesia a chamar a atenção da bucólica e serena beleza daquelas paragens onde os ventos se recolhiam para entoar seus lamentos.
A campanha verdejante, que o sol enchia de luzes nos belos campos da Estância Alto Uruguai, estendendo-se pelo horizonte até onde alcançava a lonjura dos olhos, o ambiente feliz onde o menino Oswaldo passou a infância, o exemplo dignificante de seu pai, a bondade infinita, a fé e a fibra inquebrantável de sua mãe, a amizade de seus irmãos e as histórias das lutas que viu e ouviu e afinal também as viveu, marcaram o seu destino e a sua grandeza, insculpindo-lhe no ser as qualidades de lealdade, de coragem, de generosidade, ensinando-lhe que a paz também terá que ser conquistada por um constante pelejar.
Viveu sua infância como todos os filhos de estancieiros, aprendendo as lides campeiras, ensinadas, quase sempre, pela peonada, que tinha satisfação em cuidar, ensinar e tudo prover ao filho do coronel, e, com esse aprendizado, tornou-se exímio cavaleiro e ótimo laçador.
Falando de sua infância e sua terra, numa evocação pejada de sentimentos, certa vez referiu:" Foi aqui que meus olhos se iluminaram à luz do vosso sol radiante; aqui bebi eu, em um seio farto de amor, o sangue das minhas energias; aqui ensaiei pela mesma mão maternal que ainda me guia, já não com o seu amparo, mas com a sua benção, o meu primeiro passo; aqui conheci eu a primeira alegria que nos vem das mães para iluminar a vida, fecundando entre afagos e doçuras, o coração humano para os rebentos da ilusão, da esperança e do amor; aqui eu tive berço, tive pais, tive regaço, senti o lar em sua serena santidade, apalpei a terra com o primeiro passo na ânsia de caminhar, aprendi a primeira letra do alfabeto, conheci o primeiro amigo, enfim, aqui derramei a minha primeira lágrima no contato com a vida e também o meu primeiro sangue, no azar das lutas. Trago comigo a predestinação da minha terra e sinto com o máximo orgulho que, ao contar-vos coisas de mim mesmo, vos revelo apenas que a imagem desses recantos tem sido a estrela tutelar da minha cruzada."

Oswaldo foi alfabetizado em casa, por sua mãe em Itaqui,foi aluno interno de 1903 a 1906 no Ginásio Nossa Senhora da Conceição, colégio dos jesuítas em São Leopoldo.
Em 1908 seguiu para o Rio de Janeiro para o Colégio Militar.
Em 1912, entra para a Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro.
Em janeiro de 1914 embarca com seu colega e amigo Rubens Maciel para a Europa, em viagem que deveria durar um ano, mas fora forçado a regressar antes do previsto em virtude do começo da primeira guerra mundial.

Oswaldo Aranha, O'Donnell, F.Talaia
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Göttens






sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Poesia - Ao meu cunhado e amigo Oswaldo Aranha - Deuclydes Gudolle



O legendário gaúcho representas
Encarnas as tradições de nossa raça
Salvastes nosso nome e hoje sustentas
As glórias do Rio Grande que te exalta...

Fostes o animador sereno e fostes tudo
E o Rio Grande em peso se levanta
E o deputado no Catete treme mudo
Porque já bem antes da vitória cantas...

As sombras mudas dos heróis farrapos
Do espaço te contemplam envaidecidas
Porque tu viestes para salvar os trapos...

Desses heróis que foram tão temidos
E dessa bandeira tricolor dos guapos
Que a fizeram tremular, nunca vencidos...

DELLE - 1930 Bororé

Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Göttens

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Oswaldo Aranha e sua Ancestralidade


Oswaldo Euclydes de Souza Aranha, nasceu em 15/2/1894 em Alegrete, RS. Filho de Euclydes Egídio de Souza Aranha (1864-1829), nascido em Campinas, filho do tenente Martim Egydio de Souza Aranha (1839-1884) e de Talvina do Amaral Nogueira (1845-1923), e neto de Francisco Egydio de Souza Aranha, que casara naquela cidade, em 1817, com a prima-irmã Maria Luzia de Souza Aranha, mais tarde Baronesa e Viscondessa de Campinas (1797-1879). Ambos eram bisnetos do alferes Alexandre Barreto Aranha, natural de Braga, Portugal, que ao vir para o Brasil casou com Francisca Salles, natural de Santos, no início do século XVIII, sendo seu filho o sargento-mor Francisco Aranha Barreto, casado em 1759 com Mônica Maria de Camargo, que foi comandante da Praça de Santos, onde faleceu em 1794.
O pai da Viscondessa de Campinas, o tenente-coronel Joaquim Aranha Barreto de Camargo, filho daquele sargento-mor e casado com Euphrosina de Souza Botelho, foi um dos colaboradores de D. Pedro I na época da Independência.
A mãe de Oswaldo Aranha, Luiza Jacques de Freitas Valle Aranha (1872-1948) era filha de Manoel de Freitas Valle, que nasceu em Ilha Bela ou São Sebastião, São Paulo, em 1823, mudou-se para o Alegrete em 1838, onde trabalhou inicialmente em uma casa comercial com o seu sogro, e veio a tornar-se rico fazendeiro, dono das estâncias São Luiz, São Gonçalo e Mato Alto. Sua mãe era Luiza Firmina Ignácio Jacques (1831-1897), filha de um dos fundadores da Vila do Alegrete, Luiz Ignácio Jacques, nascido em 1807 em Rio Pardo, RS, (que foi sócio de seu genro Manoel, e faleceu em 1874 em Alegrete), e de Maria Felisberta da Conceição Nunes Coelho.
Luiz Ignácio Jacques era por sua vez filho de um holandês ou flamengo, João Guilherme Jacques, que emigrara para a ilha de Santa Catarina em 1774, e que casou com a gaúcha Antônia Joaquina do Rosário.
Os avós paternos de Luiza de Freitas Valle Aranha eram Joaquim de Freitas e Maria de Freitas, portugueses da ilha da Madeira que emigraram para o Brasil no começo do século XIX.
Os pais de Oswaldo Aranha se conheceram em Poços de Caldas,MG, onde o avô materno costumava veranear, e casaram-se em 12/10/1887. O casamento realizou-se em Alegrete, Rs, tendo o casal 17 filhos.







Lago, Luiz Aranha Correia do Oswaldo Aranha e a Revolução de 1930, Ed. Nova Fronteira
O'Donnell, F.Talaia Oswaldo Aranha Garatuja/IEL/DAC/SEC
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Göttens