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a fim de preservação da memória de nossos ancestrais
MARILIA GUDOLLE C. GÖTTENS

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A chegada ao Brasil e a vida de CPM no Rio Grande de São Pedro




Desde pequena criei-me ouvindo que meu trisavo Caetano Pereira da Motta veio de barco à vela de Portugal, e que teria enfrentado uma grande tempestade em alto mar, levando cerca de 05 meses para chegar ao Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, exatamente no dia 18 de Julho de 1841, dia de grandes festejos no RJ, pela coroação de D. Pedro II.
Nessa data, o Navegante Sonhador contava com apenas 23 anos.
Desconheço as verdadeiras razões que o levaram a sentar morada no Rio Grande de São Pedro, mais precisamente em Cruz Alta. Mas por certo, razões houveram, sendo que ainda bem menina ouvia tais afirmações e conversas como: O irmão de CPM, Jose Pereira da Motta, era bem mais velho e teria vindo para cá um pouco antes.
Esse Jose Pereira da Motta, irmão de meu trisavo, possuia propriedades na "vila da Cruz Alta", como também possuía uma fazenda no interior de Palmeira das Missões (antigamente pertencia à C. Alta), bem como casou em Santa Maria RS, com Leopoldina Carpes, sendo que não deixaram descendência. (mais adiante falarei um pouco mais desse casal).
Também lembro das conversas, que teria vindo de Portugal uma irmã de ambos, e que casou com um Cezimbra de Santo Ângelo. Dessa irmã desconheço mais notícias.
Caetano Pereira da Motta, casou em Cruz Alta, aos vinte e seis dias do mes de fevereiro de mil oitocentos e quarenta e oito com Maria Veríssimo da Fonseca, no Oratório de Manoel Esteves Veríssimo da Fonseca, na presença das testemunhas Jose Pereira Da Motta e Joaquim Veríssimo da Fonseca, sendo que a noiva Maria, era filha legítima de Manoel Esteves Veríssimo da Fonseca, natural da Freguesia do Ervedal, na Beira Alta, tendo emigrado para o sul, de Ouro Preto MG em 1810 e de Quitéria Rita da Conceição.


















CPM adquiriu terrenos, chácaras em Cruz Alta, e arredores de Porto Alegre. Sem negar seu sangue luso, abriu um pequeno estabelecimento comercial localizado onde situa-se hoje o Colégio Santíssima Trindade, mais precisamente no acesso principal da escola, até a esquina com a rua Cel. Martins, onde comercializava flores, folhagens e mudas frutíferas.
Construiu sua casa de moradia na esquina da hoje rua Pinheiro Machado com a rua Andrade Neves, sendo que o terreno ia até a av. Venâncio Aires, e estendia-se de frente até a casa de Ataliba Noronha, hoje pertencente à ex esposa de Clodomar Guittel.
Em sua residência, bem na esquina, minha tia contava, que também seu avô contava à ela, que tinha uma grande porta que dava acesso a outro estabelecimento comercial de CPM, onde era comercializado tecidos, cordas, pregos, sabão, fumo, água de lavanda, cereais, entre outros.
Lembro quando criança, de um caderno enorme, de capa dura e bem desgastado pelo tempo, onde CPM anotava a venda das mercadorias, tipo para "pagar depois" Era mais ou menos assim: Seu fulano - 1 kg de prego - data, e assim por diante. Se pagavam ou não, é outra história. Infelizmente não existe mais esse caderno.
Sei que a casa de moradia era toda com porões habitável, tudo construído de pedras enormes, sustentada por vários arcos de argamassa (penso que de barro, pois calculo que não havia cimento).
Sua moradia era tipicamente em estilo português, como a maioria das casas à época. Os móveis e objetos que a guarneciam era o que podia haver de mais fino e bonito. Os móveis, cantoneiras, cristaleiras, armários e quartos, eram todos em madeira nobre, com adornos em alto relevo. Muitos lustres, candelabros de cristais facetados e de várias cores, fruteiras de cristal, porcelanas inglesas, lampiões de bronze com vidros de cristal, cobertas de mesa portuguesa, inclusive postarei posteriormente algumas fotos desses objetos.

Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C. Göttens

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