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a fim de preservação da memória de nossos ancestrais
MARILIA GUDOLLE C. GÖTTENS

sábado, 29 de outubro de 2011

André Gudolle: Mais perdas e ganhos

Em 18/12/1905, falece Raul, filho natural de André Gudolle ao ver seu irmão Deuclydes ferido na boca por um tiro desfeichado por Fernando Marques, e recebendo 3 tiros do mesmo, deu-lhe 4 facadas, morrendo este e Raul. Os motivos, hoje desconhecidos, refere-se André:" Nada mais digo sobre este fato, pois sabeis todos os pormenores". (Memórias manuscritas de André Gudolle). (Dirigindo-se à seu filho Djalma).
Após o duplo homicídio, Deuclydes foi processado pelos familiares do tal Fernando Marques a fim de incriminá-lo como cúmplice de sua morte. "A ser real o crime, seria uma mancha em nossa família. Felizmente a verdade e a justiça triunfaram, não sendo nem pronunciado Deuclydes. A parte contrária em grau de apelação, sustentou a sentença de impronúncia do juiz de direito de Porto Alegre, Dr. Otávio Pila, isto em dias de abril de 1906".
No dia 17/4/1906, às 15 horas, após longa enfermidade falece o Major José Ferreira Sampaio, com 64 anos, sogro atual de André e seu grande amigo. "Filhos, meu velho amigo e sogro Sampaio, era avô materno de vocês.. De tempos em tempos, dirijam a Deus todo poderoso, uma prece em favor de sua alma; que Deus a tenha em sua divina glória. Amém Jesus".
"Não desdenhais meus prezados filhos, de vosso pai crer em Deus todo poderoso, também creiam. Deus, é o grande criador do universo, e todos os seres nele existentes. Com o seu incomensurável poder, pode tudo criar. Porque não criaria a alma imortal do homem? Criou!! É um segredo tão grandioso como grande é Ele. No entanto, os homens já penetraram nesse segredo, hoje não se ignora a imortalidade da alma." "Nada mais digo-vos sobre tão magno assunto. Deixo aos seus critérios. Mais tarde, quando tiverem 30 e mais anos, estudarão os fenômenos espíritas, porém com muito respeito e critério". (Memórias manuscritas de André Gudolle).
André, atendendo pedido de seu filho Djalma, solicita a seu amigo Duarte Joaquim da Silva, a mão de sua filha Isalina Monteiro Silva para sua esposa.( Duarte Joaquim, também é meu bisavô materno.) " Fostes bem sucedido quanto a teu pedido, pois foi aceito" (Memórias manuscritas de André Gudolle".
Djalmira também foi pedida em casamento pelo Tenente Américo Salles de Carvalho, oficial da marinha, natural de Rosário RS, onde sua família tinha fazenda de criação. O casamento de Djalmira não se realizou, ocasionado pela morte heróica de seu noivo, durante a revolta de João Cândido na esquadra.
O jovem Parmênio Palmeiro casou em 30/9/1909 em Itaqui, na casa da Senhora D. Luiza Palmeiro, com Deolmira Gudolle.
Parmênio e Deolmira

André Gudolle vende em agosto de 1909 a casa comercial denominada "Revolução" ao Senhor Lourenço Escobar. Desde então passa, a residir em Santo Izidro, interior de Itaqui, RS. (Essa casa ainda permanece em seu mesmo lugar. A conheci quando tinha mais ou menos 12 anos. Lembro-me perfeitamente dela, de seu interior, com vários móveis antigos, toda de pedras, rodeada de inúmeros pés centenários de laranjeiras. Quem levou-me até ao local juntamente com minha saudosa mãe, foi seu saudoso irmão Mario Silva Gudolle, por ocasião de encontrarmo-nos em visita à sua casa em Itaqui/RS.)
" Com a liquidação da casa comercial da "Revolução", trouxe-nos bastante prejuízos. Estes atingem a cincoenta contos mais ou menos. A casa que estabeleci em Bororé sob a firma "Deuclydes Gudolle", muito prejuízo nos tem dado, superior a vinte contos. Estou trabalhando com dinheiro a juros. Acolá que Deus me ajude a vencer as mil dificuldades por quais temos passado. Meu filho Djalma, teus lucros foram as tuas despesas pessoal e despesas para médico e botica que os paguei. Tua legítima, casa e mesada contendo em carteira a quitação; o mesmo, Dico (Deuclydes) também recebeu. Também está paga a legítima de Deulmira. Com a permuta entre vocês três, também entrou os bens remanescentes que você e Dico receberam". (Memórias manuscritas de André Gudolle".
Deuclydes Gudolle (meu avô materno), casa em 30/7/1913 em Itaqui, com Duartina Monteiro Silva (Vó Iaiá). Esta vem a ser irmã de Isalina Monteiro Silva, casada com Djalma. Portanto, dois irmãos, casados com duas irmãs. Estas eram filhas de Duarte Joaquim da Silva e Maria José Monteiro. ( A ascendência desta família, será postada mais adiante).

Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C. Göttens

Um comentário:

  1. Este casal na foto logo acima são Hugo e Djalmira Cacciatore e não, como diz a legenda, Deolmira e Parmênio. Hugo e Djalmira são meus avós maternos, sou filha de Elba Gudolle Cacciatore, filha de ambos.
    Maria Eduarda Cacciatore de Garcia
    meduardacg@gmail.com

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