Na correspondencia passiva de meu Trisavô Jean Gudolle, este aparece como "metayer chez la Baronne de Saint-Pastou", meeiro (agricultor que ficava com a metade de sua produção, a outra para o proprietário) da Baronesa de Saint-Pastou (sobrenome gaúcho, mas os trabalhadores adotavam o nome dos patrões, pois os sem nobreza não tinham sobrenome, o que somente começou com Napoleão, quando foram adotados vários tipos de sobrenome, como o lugar de origem, a profissão, animais, etc...). Não foi encontrada a etimologia de "Gudolle".
As cartas para Jean Gudolle dizem que ele saiu do sul da França por ter brigado com um irmão. Sua mãe ao escrever, lhe disse que voltasse e se reconcilia-se; o que valia mais que "todas as piastras da América". Contudo, ele faz parte de uma grande emigração dessa região nos anos de 1840, ocasionada pela praga do "mildiu"e pelas grandes alterações sociais que passava a Europa de então, com a industrialização e o excesso de operários.
Conforme o ponto de vista de um primo estudioso no assunto, e por demais inteligente, mas que por razões pessoais prefere que seu nome não seja conhecido neste blog, assim comentou comigo em uma ocasião, a respeito de Jean:" Quanto ao nosso genearca, temos duas opções: 1) Ficar ao lado da pequena história, a "petite histoire" dos franceses, e aceitar as fofocas dos estancieiros que o viam como um agiota, para defenderem-se das mudanças sociais e econômicas que ele representava, e interpretar sua morte violenta como consequência de carater brigão e de seu agiotismo, o que nada mais é que uma forma de denegrir o credor, justificar o não pagamento de dívidas e impedir a mudança social".. 2) Ver o Jean dentro da história como um fator de desenvolvimento social e econômico daquela antiquíssima e subdesenvolvida fronteira (chegou lá nos anos de 1840), e ver sua morte como reação dos setores ultraconservadores à mudança social. Ou seja, ficamos com a "petite histoire" da família, ou incluímos o Jean em seu momento histórico. Prefiro esta, mas podemos ficar com as duas."
A decisão de Jean de passar para o muito mais estável Império do Brasil, com certeza foi influenciado pelo fato de el loco Rosas estar confiscando os bens dos imigrantes enriquecidos. Muitos fugiram Montevidéo e nosso Jean que chegou por Buenos Aires.
Os Gudolle se originaram (Jean) do movimento europeu de expulsão do excesso populacional para a América, solução boa para a exportação das contradições internas e da injustiça social que vinha com a concentração de renda e o desemprego originados pela aceleração da industrialização. Sua vinda para o RS, devemos ao Imperador e ao Rosas."
Arquivo pessoal de FCG e Marilia Gudolle C. Göttens
Meu nome e Newton Herculano Carneiro Pinto,moro em Porto Alegre, estudei no colegio Rosario com o Raul Gudolle , e mais tarde no meio tenistico ,,conheci o presidente Gudolle do Petropoli Tenis Clube.
ResponderExcluirMuito interessante seu Bblog, encontrei grandes afinidades, pois a familia Gudolle consta em minha arvore genealogica, na seguinte relacao de Jean Gudolle comigo.
Jean pai de Andre Gudolle pai de D.Lara Palmeiro que foi casada com Parmenio Lara Palmeiro, filho de Amancio Machado Palmeiro filho de Maria Leopoldina da Encarnacao,irma de Jose Floriano Machado Fagundes pai de Ismael Floriano Machado Fagundes pai de Ottilia Floriano Machado Fagundes minha avo, que casou com Cel Antonio Carneiro Pinto pais de Herculano Floriano Carneiro Pinto pai de Newton Herculano Carneiro Pinto(eu ).
Constam hj de minha arvore Jean,Virginia,Eunice esposa do Jorge Luiz Gudolle meu 3º primo. Espero retornar a visitar seu blog novamentee transmita um abraco do Herculano ao Raul.
Obrigado pela sua deferência e interesse. Poucas são as pessoas que ainda preservam a memória de sua ancestralidade. Att, Marilia.
Excluir