Dizem-me por ser poeta é que sou triste
E que a dor do poeta é a mais sentida
Ela vai ao coração... e se cantar persiste
É para externar a dor - resistir à vida...
O poeta sofre e canta o sofrimento
O muito sofrer as almas fortificam
Cantando teem real contentamento
Cantar saudades que no passado ficam...
Que importa que triste seja a minha alma?
Que na própria tristeza encontro calma
Relembrando a mocidade tão vibrante...
E quando a alegria à vida me prendia
Eu alimentava sonhos e bem feliz vivia
Cantando sempre num delirar constante...
DELLE - 1964
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C.Göttens
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