Aos gaúchos Flodoardo e Otacílio Silva
Eu estava sozinho ao chimarrão
Transportado imerso na saudade
Lembrava a vida alegre do galpão
Saboreando um amargo de verdade...
E sentindo meu velho coração
Pulsar com uma tal celeridade
Procurei acalmar a pulsação
Nas lembranças fiéis da mocidade...
E para meu consolo recordei
A vida de gaúcho carreirista
Os parelheiros todos que cuidei
E mesmo quantos eu corri na pista
Carreiras que empatei, as que ganhei
Das muitas que perdi, perdi a lista...
E veio-me à lembrança em realidade
O Gaita o teu Criolo, o meu Alazão
Desses pingos esquecer quem há
Foram todos changueiros de ocasião...
Na estância que galopo no passado
Eu chego até lá, ao São Jorge amado
E um tempo bem feliz vou relembrar...
Relembro das tardes domingueiras
Quando íamos todos às carreiras
E nos dias de serviço, trabalhar...
DELLE - 1955
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C.Göttens
Nenhum comentário:
Postar um comentário