À Memória de José João Monteiro Sampaio
São Jorge... no galpão é madrugada
A peonada toda em torno do fogão
Um conta de alguma gauchada
Outros saboreiam o chimarrão...
Tem várias cuias... o fogo rodeado
De churrascos prontos para cortar
O capataz que ali está sentado
Dá ordem de cavalos ir pegar...
Momentos depois, a rapaziada
Toda pronta, em ordem preparada
Vem o seu talho no churrasco dar
E assim saem, alegres e troçando
E cada um vai no seu bagual montando
E o rodeio lá do fundo vão parar...
Ficaram ainda ali alguns gaúchos
Um deles já muito envelhecido
]Por ter longos anos já vividos
E aguentando também muito repuxo...
É o Inácio, está velho e acabado
E ainda quer como os outros ser
E quando está meio embriagado
Ainda a sua pegada quer fazer...
E gosta de falar em china linda
E fica mesmo moço e gauchão
A sua velhice então se finda
E se julga ser o gaúcho que era então
As saudades lhe torturam ainda
Guarda todas em seu velho coração...
DELLE / São Jorge / 1931
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle C. Gottens
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