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a fim de preservação da memória de nossos ancestrais
MARILIA GUDOLLE C. GÖTTENS

terça-feira, 23 de abril de 2013

Túmulo fora do Cemitério

No verão de 1872, Zeca Paula, filho de rico estancieiro do Rio Grande do Sul, trazia uma grande tropa, com destino à feira de Sorocaba, em São Paulo.
Exaustos pela travessia do caminho do Viamão, chegando aos Campos Gerais, estes resolveram fazer uma pausa forçada.
Enquanto os peões zelavam pela tropa, Zeca Paula hospedava-se na Freguesia de Palmeira, onde, foi então que deparou com uma linda jovem, filha de importante família local.
Os dois logo se apaixonaram. Conta a lenda que o pai da moça não apreciava o namoro. Foi então que a jovem deixou de ser vista na janela. Dizem que a linda moça padecia em um sítio muito distante, consolada por sua mãe.
Com o desaparecimento da moça, o namorado entristeceu-se a tal ponto, que foi ao desespero.
Pouco tempo depois, encontraram-no enforcado em seu próprio quarto.
Sendo esta grande injúria contra Deus, no seu sepultamento o pároco local não permitiu que seu corpo fosse enterrado no cemitério da capela Bom Jesus, ficando assim do lado de fora, e em cova rasa.
Não se passando muito tempo, veio seu pai a Palmeira, substituir aquela modesta cruz de madeira por uma sepultura de pedra e cal, onde colocou uma lápide com os seguintes dizeres:  "Aqui jaz José de Paula e Silva, filho do Barão de Ibicuí. Nasceu em 2 de Abril de 1835 e faleceu em 7 de março de 1873".
Com a reforma posterior do Cemitério, os restos mortais de Zeca Paula foram levados para o cemitério municipal, onde se pode ver a referida placa em seu túmulo.


Lendas e Contos Populares do Paraná/ SEC/ Cadernos Paraná da Gente:3, 21ª ed./2005.
Arquivo Pessoal de Marilia Gudolle Gottens

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